Era exato o cântico que ela entoava para embalar o meu sono o mesmo hino à Virgem, divindade que delineou a minha fé, minha referência de acolhimento e proteção.
Entendi aquele momento como uma permissão à minha entrada no Quilombo, a resposta inesperada e imediata ao meu pedido de licença. Braços de Maria Antonia em meio aos seus irmãos me acolhiam como que dizendo: - Bem-vinda ao ninho!
Foi um dia lindo, beleza e sensibilidade à flor da pele, lágrimas que teimavam em traduzir afetos, emoções e uma imensa vontade de envolver a todos num forte abraço, para expressar a minha gratidão, pois que, ali, me foi permitido resgatar o elo e reencontrar a minha criança.
A criança que encontrou a Vó Antonia, que lhe pediu para não mais lembrar o 13 de maio como aniversário de sua morte, porque neste dia ela festeja nos Quilombos, canta para a Virgem, saúda os orixás, inspira as cozinheiras da festa e dança nas rodas de jongo.
Não há tempo para vir me consolar..
Quilombo São José, em festa de 13 de Maio, quase um sonho, um reencontro espiritual com as minhas raízes, um colinho de Vó...
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2 comentários:
LINDO!!!! TE AMOOOOOOOOOOOOOOO!!!
Beta.
Obrigada!!! Tasmbém te amo, muito!!!
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