quinta-feira, 24 de março de 2011

Chora, Março!

Chora Março,
em fim de estação,
lava, leva
o sonho raso, 
a cena inútil
em ribaltas de Sóis

Chora, 
despromete, 
desavisa,
desaponta,
despe!

Diz-me que o amor aqui já não há
- diz-me apenas -
e permite que eu não acredite...


Outono 2011

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domingo, 6 de março de 2011

Universos

Universos I ( pastel seco e têmpera sobre papel)
... em mutação,
pois que, no próximo instante haverá o que acrescentar, estamos em processo, sempre em aberto,
num movimento constante de-vir a ser...
No exercício da arte me investigo, penetro sombras, amplio o olhar

e alcanço os infinitos signos que transitam meu inconsciente
particular e coletivo,
acato os mais íntimos receios e desejos, desvelo memórias e atavismos
e expresso em metáforas as múltiplas faces da minha essência,
não visíveis a olho nu
e não definíveis em palavras.

A arte me permite dizer o indizível,
mergulhar espaços onde todo o ser e todo o fazer é permitido,
exercer plenos poderes, viver verdades,
ser o meu livre estar para ser...

Pela arte convivo múltiplos universos, que habitam o meu universo, 

onde também habitam
todas as pessoas que aportaram em minha vida
e se instalaram em mim

Pela arte, sou plural no singular, sou Universo.
Eu e todos, 

Nós - Interações- Somas- Percepções
Sínteses passo a passo ou passos quadro a quadro
Recortes dos meus passeios pelo planeta azul e suas conexões...


Nota: Texto para a exposição Universos, uma forma de responder , ou não, à clássica pergunta, "o que você quis dizer..."

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