não há matéria que caiba
no ato
improvisado
Não,
não há roteiro
não há matéria que caiba
no amor para sempre
inventado
Vem,
por enquanto roubemos as cenas
e a pele preservada
Sejamos reféns de sonho só,
cúmplices em ser só luz
pura melodia de anjos...
Amantes alados,
dancemos um pas de deux
dobrado
bindemos às noites de sexta,
âs luas de cio,
suor
e encontros...
Rápido,
enquanto a noite permite
que a luz difusa da Lua
compactue,
mal ilumine
e embeleze as cenas
Até que caia o pano
e as mesas voltem ao lugar
e convidem o dia a sentar
E a luz solar implacável,
imparcial,
cruamente
Nos faça concretos
Nos torne ao roteiro
O que seria de nossas vidas se não pudéssemos fabricar novidades?
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Um comentário:
Lou, que bela descoberta o teu blog!
Como diz um filósofo de minha preferência - profundo é tudo que povoa a pele. Esse teu segundo ato desenha um roteiro poético cuidadoso e "improvisado".
"Vem, por enquanto roubemos as cenas e a pele preservada"
lindo isso!
bjs
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