quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dezembranças



         Mais um Dezembro que chega, de repente, anunciando a urgência em se resumir o ano em festas, uma forma de minimizar a frustração ao se constatar que o tempo escorreu pelo calendário, sem que tivéssemos tempo de realizar a vida, tal como a sonhamos nos primeiros dias de janeiro.
São as dezembranças a quebra de rítmo para esfriar o jogo e provocar um hiato na realidade.  
         É quando, de uma hora pra outra, toda a cena se enfeita, cores e luzes se multiplicam em efeitos mágicos, tão mágicos como a história do menino salvador contada em cenas de presépios estrelados, tão mágicos como os Papais Noeis que sempre retornam, pois que são os guardiões das promessas e das doces memórias de infância.
        Em Natais, tomados de encantamento, somos correntes humanas de esperança e, sentimentos à flor da pele, vestimos pele de gente, deixamos o carinho acontecer.
         E, até que os festejos de Ano Novo nos remetam ao day after, somos mágicos também, tiramos muitas cartas da manga, iludimos a realidade para não morrer de concretude... 

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3 comentários:

Toni disse...

Alguien dijo...
Hasta que uno no sienta la verdadera alegría de la Navidad, no existe. Todo lo demás es apariencia , muchos adornos. Porque no son las luces, no es la nieve. No es el árbol, ni la chimenea. La Navidad es el calor que vuelve al corazón de las personas, la generosidad de compartirla con otros y la esperanza de seguir adelante.
Un beso.
Toni

Unknown disse...

Pior é deixarmos de sonhar nos primeiros dias de Janeiro.
Não espero mais nada, acredito que esse tempo seja um suplício quando se tem urgência de mudar a vida.
É apenas a continuação da vida interrompida contra a minha vontade por 3 mêses já que o ano começa depois do carnaval.
E pedir pra yemanjá, pular 7
ondas, enviar barquinho, e todo esse circo de milhares de luzes no Natal... Bem, tenho saudades da época em que ainda me causavam um hiato na realidade, a ilusão da realidade deveria ser uma folga justa da concretude... mas sinceramente, não tá colando.
Adorei o post. É realista, um pouco triste, e ao mesmo tempo mostra alguém que já caiu muitas vezes mas ainda acredita de alguma forma que a vida pode ser boa apesar de nossas frustrações e sonhos perdidos.

Beijos mãe.

Eduardo Lara Resende disse...

Verdade, Lou. Embora existam os que procuram preservar e valorizar as verdadeiras luzes do Natal.
Abraço.